Notícia
Adriana Arruda
- Publicado em
04-04-2025
15:00
Docente analisa impacto da hiperconectividade na relação professor-aluno

O uso cada vez mais intenso de dispositivos digitais está moldando o comportamento das novas gerações - e não sem consequências. Para o professor Antônio Alvaro Soares Zuin, do Departamento de Educação (DEd) da UFSCar, a hiperconectividade reformula a forma como os jovens interagem com o conhecimento, o que demanda novas abordagens dentro e fora da sala de aula.
"A luta para manter o foco se tornou um ato de resistência. A quantidade de informação e estímulos acessíveis pelos dispositivos digitais gera um ambiente de permanente distração, que pode impactar a capacidade de reflexão e aprendizado dos adolescentes", explica Zuin.
A série "Adolescência", lançada recentemente pela Netflix, reforça a preocupação com o impacto das telas na saúde mental dos jovens. O drama acompanha um grupo de estudantes e explora como a exposição contínua às redes sociais está diretamente ligada ao aumento dos índices de ansiedade, depressão e transtornos de atenção. Um dos personagens, interpretado por Amari Bacchus, é um adolescente que tenta explicar ao pai, um policial, como o uso dos smartphones e das redes sociais influenciou um caso de assassinato envolvendo colegas de escola.
Para Zuin, a discussão não deve se restringir à limitação do uso de dispositivos eletrônicos, mas avançar para uma educação que promova o uso consciente - o que ele denomina de "contratos pedagógicos": acordos que orientem o uso crítico da tecnologia no contexto escolar. "Em vez de excluir o dispositivo, o objetivo é integrá-los de forma crítica e produtiva ao processo educativo, especialmente a partir da adolescência, quando há maior capacidade de reflexão", destaca.
Outro alerta importante feito pelo pesquisador diz respeito à forma como as redes sociais operam: baseadas na lógica do engajamento e da monetização, elas favorecem conteúdos violentos, discursos de ódio e episódios de humilhação. Zuin ilustra esse fenômeno com dados contidos em sua obra - "Fúria narcísica entre alunos e professores: as práticas de cyberbullying e os tabus presentes na profissão de ensinar", publicada pela Editora da UFSCar (EdUFSCar) -, apontando o alcance e a repercussão de vídeos que expõem professores a situações degradantes.
Em artigo publicado na plataforma The Conversation, intitulado "Distraídos e ansiosos: porque a luta para manter o foco tornou-se ato de resistência nas escolas e na sociedade", o docente aprofunda sua análise sobre o tema e propõe caminhos para enfrentar a hiperconectividade e seus efeitos sobre o cotidiano escolar e social. O texto pode ser lido na íntegra neste link.
"A luta para manter o foco se tornou um ato de resistência. A quantidade de informação e estímulos acessíveis pelos dispositivos digitais gera um ambiente de permanente distração, que pode impactar a capacidade de reflexão e aprendizado dos adolescentes", explica Zuin.
A série "Adolescência", lançada recentemente pela Netflix, reforça a preocupação com o impacto das telas na saúde mental dos jovens. O drama acompanha um grupo de estudantes e explora como a exposição contínua às redes sociais está diretamente ligada ao aumento dos índices de ansiedade, depressão e transtornos de atenção. Um dos personagens, interpretado por Amari Bacchus, é um adolescente que tenta explicar ao pai, um policial, como o uso dos smartphones e das redes sociais influenciou um caso de assassinato envolvendo colegas de escola.
Para Zuin, a discussão não deve se restringir à limitação do uso de dispositivos eletrônicos, mas avançar para uma educação que promova o uso consciente - o que ele denomina de "contratos pedagógicos": acordos que orientem o uso crítico da tecnologia no contexto escolar. "Em vez de excluir o dispositivo, o objetivo é integrá-los de forma crítica e produtiva ao processo educativo, especialmente a partir da adolescência, quando há maior capacidade de reflexão", destaca.
Outro alerta importante feito pelo pesquisador diz respeito à forma como as redes sociais operam: baseadas na lógica do engajamento e da monetização, elas favorecem conteúdos violentos, discursos de ódio e episódios de humilhação. Zuin ilustra esse fenômeno com dados contidos em sua obra - "Fúria narcísica entre alunos e professores: as práticas de cyberbullying e os tabus presentes na profissão de ensinar", publicada pela Editora da UFSCar (EdUFSCar) -, apontando o alcance e a repercussão de vídeos que expõem professores a situações degradantes.
Em artigo publicado na plataforma The Conversation, intitulado "Distraídos e ansiosos: porque a luta para manter o foco tornou-se ato de resistência nas escolas e na sociedade", o docente aprofunda sua análise sobre o tema e propõe caminhos para enfrentar a hiperconectividade e seus efeitos sobre o cotidiano escolar e social. O texto pode ser lido na íntegra neste link.