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Gisele Bicaletto - Publicado em 19-08-2024 13:00
Dor de cabeça crônica é tema de pesquisa na UFSCar
Participação é por questionário online que deve ser preenchido até o mês de setembro (Foto: Freepik)
Participação é por questionário online que deve ser preenchido até o mês de setembro (Foto: Freepik)
Um projeto de Iniciação Científica, desenvolvido no Departamento de Fisioterapia (DFisio)  da UFSCar, pretende observar os impactos da cefaleia crônica através de uma perspectiva diferente, analisando como as crenças podem impactar o dia a dia das pessoas e a saúde. A pesquisa convida pessoas de todo o Brasil para responderem um questionário online sobre o impacto das dores de cabeça. O estudo é realizado pela graduanda Thamara Eloize Andrade Rocha, sob orientação de Ana Beatriz de Oliveira e coorientação de Melina Nevoeiro Haik Guilherme e Helen Cristina Nogueira Carrer, docentes do DFisio.

De acordo com Rocha, a dor de cabeça, conhecida como cefaleia, é um fenômeno que afeta diversos indivíduos, dos sexos feminino ou masculino, incluindo crianças, jovens, adultos e idosos. Devido à elevada prevalência, desde 2001, a cefaleia tem sido considerada uma doença a ser tratada nos sistemas de saúde. Uma pesquisa publicada pelo Global Burden of Disease, em 2022, a partir de 357 publicações de diversos países, identificou que a cefaléia afeta 52% das populações abrangidas pelo estudo. "Os acometimentos pela cefaleia geram significativos impactos socioeconômicos, como abstenção em dias de trabalho, comprometimento nas relações familiares e sociais, além do alto custo ao sistema de saúde,  seja no âmbito ambulatorial ou em cuidados de alta densidade tecnológica", pontua a pesquisadora. Ela destaca que para a cefaleia ser considerada crônica é preciso que ocorram episódios de dor em 15 dias, ou mais, durante o mês, por mais de três meses.

Thamara Rocha relata que estudos já comprovam que pessoas com cefaleia crônica tendem a evitar algumas atividades por conta da dor, mas a ideia do estudo é trazer uma proposta de avaliação diferente. "Agora queremos saber o quanto acreditar que aquilo irá causar dor faz com que as pessoas percam sua qualidade de vida. Esse estudo será importante para fortalecer a perspectiva da dor crônica no modelo biopsicossocial, para que esses pacientes possam ser avaliados e tratados para além das causas físicas, e tratar, por exemplo, as crenças disfuncionais", explica Rocha.

A expectativa da estudante é que os resultados do projeto evidenciem a existência dessas crenças disfuncionais e permitam o embasamento teórico para abordagem biopsicossocial no tratamento desses pacientes.

Para realizar o estudo, são recrutadas pessoas que tenham cefaleia crônica (dor de cabeça durante 15 dias, ou mais, no último mês), com idade entre 18 e 40 anos, residentes em qualquer região do Brasil, para responderem um questionário online sobre o tema. O tempo de resposta é de aproximadamente 30 minutos e todos os participantes receberão um e-book com orientações de auto manejo da dor e educação sobre cefaleia,baseado nas evidências científicas mais recentes e recomendadas.

Pessoas interessadas em participar do estudo devem acessar o questionário neste link, até o mês de setembro. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 76782324.8.0000.5504).