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Analice Gaspar Garcia - Publicado em 26-01-2023 10:48
Projeto Pluralizar visa a diversidade na pesquisa
Projeto tem como principal objetivo garantir a inserção no universo da pesquisa
Projeto tem como principal objetivo garantir a inserção no universo da pesquisa
Pioneira e referência na implementação de políticas de Ações Afirmativas e apoio à permanência de estudantes na Educação Superior, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com o Instituto Serrapilheira, acaba de dar mais um importante passo para promoção da diversidade, voltado agora para o campo da pesquisa, com o lançamento do projeto Pluralizar.

O projeto tem como principal objetivo garantir a inserção no universo da pesquisa de estudantes de grupos sub-representados, desde a graduação, a partir da iniciação científica, até a pós-graduação, com o mestrado, acompanhando e, principalmente, dando condições materiais e incentivando pessoas desses grupos a trilharem sua carreira acadêmica. Em uma primeira iniciativa, o edital "Pluralizar: diversificando perspectivas, pluralizando conhecimentos" irá conceder quatro bolsas, de Iniciação Científica e Tecnológica, para pessoas transgênero, transexuais ou travestis, para o período 2023-2024, no valor de R$ 643,00 mensais cada.

"O projeto é motivo de muito orgulho, pois permitiu concretizar, pela parceria com o Instituto Serrapilheira, esta proposta de inclusão. Com o Pluralizar, queremos garantir que estudantes de grupos sociais sub-representados na Universidade tenham oportunidade de formação científica e de seguir na carreira acadêmica se for do seu interesse. Avançamos muito com a inclusão na graduação, mas ainda há muito a ser feito para que haja representatividade na pesquisa nacional", afirma a Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira.

Antón Castro Míguez, docente no Departamento de Letras e coordenador do projeto, lembra que na Universidade já há ações de extensão e ensino consolidadas no campo das ações afirmativas, e que com o Pluralizar será possível criar mecanismos que possibilitem maior inserção desses grupos na pesquisa e na pós-graduação, o que, futuramente, contribuirá para a diversificação do perfil de cientistas que recebem formação na Universidade e, com frequência, retornam a ela para a docência.

A Pró-Reitora Adjunta de Pesquisa, Diana Junkes Bueno Martha, alerta para a ainda insatisfatória representatividade na docência e na pesquisa, e que projetos como o Pluralizar são uma forma de viabilizar transformações para que haja, cada vez mais, estudantes da população negra, indígenas, com deficiência, travestis, transexuais, no universo da pesquisa e atuando para a construção da Ciência e do conhecimento na UFSCar e no Brasil.

"Permear o campo da pesquisa científica com a diversidade é fundamental para que tenhamos essa maior representatividade da diversidade da sociedade brasileira nos quadros de docentes", complementa o Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Djalma Ribeiro Junior.

A implementação do projeto, viabilizada pelo Serapilheira, é fruto de um intenso trabalho, iniciado em 2021, das pró-reitorias de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE), de Pesquisa (ProPq) e de Extensão (ProEx) e da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da UFSCar. Cristina Caldas, Diretora de Ciência no Instituto Serrapilheira, destaca que parcerias como esta permitem ampliar o escopo e a abrangência da atuação do Instituto em prol de uma Ciência mais diversa. "Aliamos a experiência da UFSCar em programas de cotas com a flexibilidade dos nossos recursos, podendo assim atender a demandas específicas dos cotistas que serão agraciados com as bolsas do programa", destaca.

As inscrições na primeira chamada estão abertas e se estendem até o dia 30 de janeiro, pelo Sistema de Apoio à Gestão Universitária Integrada (SAGUI, aba Projetos, chamada Pluralizar). Cada proponente (docente) poderá submeter, no máximo, dois planos de trabalho, podendo solicitar uma bolsa por plano de trabalho, com possibilidade de concessão de apenas uma bolsa, de acordo com a classificação no processo seletivo. Podem concorrer, para orientação, servidoras e servidores docentes e técnico-administrativos, e, para as bolsas, discentes de cursos de graduação, desde que preencham os requisitos constantes no edital, disponível na página da Coordenadoria dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica (CoPICT).

"Inclusão e permanência não só atendem a uma necessidade histórica de justiça social, como contribuem para a renovação do pensamento e da produção de conhecimento científico na Universidade, por meio de um olhar mais plural, criativo e significativo, que articule o saber científico a outros saberes", conclui Míguez.