Professora do CAU é homenageada no mês da Consciência Negra

Araras, Lagoa do Sino, Sorocaba, São Carlos
Docente se destaca pelo trabalho voltado a igualdade racial e educação étnico-racial
Durante a celebração do Mês da Consciência Negra, o Centro Municipal de Cultura Afro-brasileira "Odette dos Santos", da Secretaria de Cidadania e Assistência Social da Prefeitura de São Carlos, reconheceu o trabalho da professora Thais Fernanda Leite Madeira, que atua o Colégio de Aplicação da UFSCar (CAU).

Thais Madeira atua como professora há 20 anos, sendo 10 deles com bebês e crianças no CAU, onde tem promovido ações voltadas à luta pela igualdade racial e à educação das relações étnico-raciais, conforme a Lei 10.639/2003. "Sua dedicação e empenho têm sido fundamentais para promover um ensino mais inclusivo, justo e consciente em nossa cidade", destacou o Centro durante a cerimônia. 

Para Thais Madeira, o reconhecimento foi uma forma de reafirmar a importância de um histórico de luta que não é só dela, mas de muitas pessoas que abriram caminhos e resistiram às estruturas de desigualdade. "Essa homenagem não é só para mim; ela representa todas as mulheres negras que vieram antes de mim e abriram caminhos, e também para aquelas que continuam lutando todos os dias para transformar a educação e a sociedade. É um incentivo para continuar lutando por uma educação antirracista e pelo respeito às diferenças desde a infância e um reconhecimento coletivo que fortalece nosso compromisso com a luta pela igualdade racial", afirmou emocionada.

A professora explica que as ações realizadas no Colégio de Aplicação da UFSCar incluem atividades pedagógicas que trazem para as crianças referências decoloniais e positivas sobre a diversidade racial. Isso inclui o uso de livros infantis que apresentam protagonistas negros e histórias que valorizam culturas africanas e afro-brasileiras, além de rodas de conversa e projetos artísticos que questionam padrões eurocêntricos e celebram a ancestralidade. Ela também organiza oficinas que integram música, dança e outras manifestações culturais de matriz africana, criando um ambiente de aprendizado que amplia as perspectivas das crianças sobre história, cultura e identidade. Além disso,  integra projetos com as famílias para ampliar o diálogo sobre a importância do respeito e da igualdade. "As crianças precisam ter contato com narrativas positivas que valorizem a diversidade desde cedo e práticas pedagógicas antirracistas. Isso prepara a base para a formação de cidadãos mais respeitosos e empáticos no futuro", explica.

Para Madeira, trabalhar temas relacionados à igualdade racial e às relações étnico-raciais com as crianças é essencial, pois é nesse período da vida que muitos preconceitos e estereótipos podem ser prevenidos ou desconstruídos. A professora ressalta que levar às crianças referências decoloniais é um ato de resistência e transformação. "Ao apresentar narrativas que rompem com o eurocentrismo, ajudamos as crianças a perceberem que há muitas formas de pensar, viver e construir conhecimento. Elas aprendem que a história e a cultura africana e afro-brasileira são fundamentais para o Brasil e para o mundo. Esse trabalho fortalece a autoestima das crianças negras e indígenas e ensina todas as crianças a valorizar e respeitar as diferenças, construindo uma geração mais empática, respeitosa e justa", conclui.
19/12/2024
13:00:00
30/01/2025
18:00:00
Gisele Bicaletto
Não
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Estudante, Foreign Visitor, Docente/TA, Pesquisador, Visitante
Durante a entrega da honraria na cerimônia do centro cultural (Acervo pessoal)
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