ConsUni autoriza trabalho para implantar campus em São José do Rio Preto
São Carlos
Conselho Universitário autoriza início do processo de implantação de novo campus
Em reunião extraordinária realizada na última sexta-feira, 13/12, o Conselho Universitário (ConsUni) deliberou pela aprovação da proposta de expansão da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com implantação de novo campus em São José do Rio Preto. O documento "UFSCar em São José do Rio Preto: bases para a implantação de um novo campus" serviu como base para os debates no ConsUni e, após contribuições importantes de conselheiras e conselheiros, foi autorizado o avanço dos procedimentos para implantação. A partir de agora, há uma série de etapas previstas, para construção de um documento de referência em diálogo com toda a comunidade universitária e, também, com a sociedade de Rio Preto, a ser novamente apreciado pelo ConsUni em maio de 2025, e é só neste segundo momento que haverá, por exemplo, a definição dos cursos a serem criados.
Junto à expansão, foram definidas a partir da reunião do Conselho também as condições a serem garantidas para que ela aconteça, incluindo: a retomada do projeto de implantação do Campus Lagoa do Sino; a ampliação do quadro de servidores técnico-administrativos (TA) da UFSCar, em busca de uma relação TA/Docente próxima de 1; condições organizacionais - com destinação de Cargos de Direção (CDs) e Funções Gratificadas (FGs) - que garantam o funcionamento adequado da Instituição; e adequado financiamento de custeio de toda a Universidade.
Na apresentação inicial (link externo), a Reitora Ana Beatriz Oliveira relatou como a gestão, a partir do anúncio da possibilidade de um novo campus em São José do Rio Preto pelo Presidente da República, priorizou encaminhar as ações relativas à consolidação previstas no chamado Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e só depois iniciou o levantamento de informações e estudos preliminares que levaram, agora, à possibilidade de apresentação da proposta aprovada pelo ConsUni.
A dirigente aproveitou para atualizar o andamento do PAC na Universidade: das nove obras incluídas, um edifício já está em construção, três obras foram licitadas e as demais serão licitadas em 2025, dentro do planejamento pactuado com o MEC. Assim, a UFSCar receberá cerca de R$ 46,2 milhões para investir nos campi já existentes, aos quais se somam R$ 23,9 milhões para obras no Hospital Universitário. A Administração Superior tem atuado também em outras frentes para trazer verbas para a Instituição. Junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por exemplo, foram captados cerca de R$ 37,6 milhões até o momento, e um novo edital acaba de ser anunciado. Outros mecanismos elencados foram as emendas parlamentares e possibilidades de parcerias em áreas específicas com ministérios.
A Reitora também registrou que o Novo PAC diz respeito não apenas à infraestrutura, mas trouxe possibilidades de ampliação acadêmica, relacionadas a três novos cursos de graduação em Lagoa do Sino e um em Sorocaba, com espaço para novas propostas. O detalhamento desses tópicos pode ser conferido no documento originalmente enviado ao ConsUni como subsídio à reunião extraordinária (link externo), nos slides que apoiaram a apresentação inicial da Reitora (link externo) e, também, na gravação da reunião, disponível no YouTube UFSCar Oficial (link externo).
Ana Beatriz de Oliveira compartilhou com o Conselho um percurso que ela mesma trilhou, de grande preocupação com o tema da expansão, diante da necessidade de consolidar o que já está implantado, até a compreensão de como as decisões relativas à Educação Superior dizem respeito a um projeto de país democrático e com equidade. Retomando os processos anteriores de expansão da UFSCar - para Araras, ainda em 1991, e depois Sorocaba e Lagoa do Sino, além do Reuni -, a Reitora sintetizou em cinco os pontos a partir do qual fez a reflexão que transformou sua posição, agora apresentados para sustentar a nova proposta:
1. decisões anteriores da comunidade da UFSCar por ser uma universidade multicampi;
2. o reconhecimento da robustez e da excelência da UFSCar no seu processo de expansão;
3. a escassez da oferta de vagas públicas na Educação Superior brasileira;
4. o vazio educacional no estado de São Paulo e o predomínio de vagas de educação a distância;
5. e a oportunidade, no bojo da expansão com o novo campus, de resolver problemas crônicos na capacidade já instalada na Universidade.
"Eu fiquei me perguntando o que seria da UFSCar se ela não tivesse tomado todas essas decisões [de expansão para Araras, Sorocaba, Lagoa do Sino e no âmbito do Reuni]. Acho que seríamos uma instituição muito diminuta [?] e que não teria a grandeza que tem. Hoje a nossa universidade é muito reconhecida pela competência que teve ao conduzir todos esses processos de expansão", disse a dirigente. Recuperando dados do Censo da Educação Superior que mostram imensas desigualdades no acesso, com exclusão sobretudo da população de baixa renda, negra, residente em zonas rurais e em regiões mais pobres do País, a Reitora também afirmou qual é o compromisso que move a proposta para o novo campus. "Nós não pensamos em expansão para favorecer os já favorecidos, mas sim para ampliar o acesso à Educação Superior dessa população que segue à margem", situou. "É preciso que nosso debate não leve em conta somente nossas questões internas, mas também o cenário nacional. Nós temos uma responsabilidade, enquanto universidade pública, pela transformação desse cenário", concluiu.
Processo de implantação
Na reunião, a Reitora comentou sobre as condições em negociação com o Ministério da Educação (MEC), também detalhadas nos documentos apresentados ao ConsUni e disponíveis a todas as pessoas interessadas nos links já compartilhados. O modelo apresentado pelo MEC para os novos campi incluídos no PAC prevê 185 docentes e 203 TAs para a meta de instalação de seis cursos de graduação, com recursos financeiros de R$ 60 milhões para obras e R$ 10 milhões em equipamentos. A estes, a proposta apresentada pela UFSCar adiciona 65 vagas docentes e 120 TAs, considerando a expansão em Lagoa do Sino (três cursos) e Sorocaba (um curso) e o reforço à estrutura administrativa da universidade como um todo.
Agora, a partir da aprovação do ConsUni, o detalhamento dessas condições será feito sob liderança de grupo de trabalho a ser coordenado por Danilo Giroldo, atual Reitor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com mandato terminando em janeiro. Giroldo, que também participou da reunião do ConsUni, virá cedido pela FURG, com possibilidade de dedicação integral às atividades relacionadas ao novo campus, o que permitiu o estabelecimento de cronograma desafiador para buscar atender as expectativas do Governo Federal de início das atividades em 2026 e, ao mesmo tempo, garantir o processo dialógico e colaborativo de elaboração do plano a ser analisado pelo ConsUni em maio. Esse cronograma prevê a condução de grupos focais e audiências públicas, dentre outras estratégias, com detalhamento também disponíveis no documento publicado na página da Secretaria de Órgãos Colegiados (SOC).
Paralelamente, com a autorização, a gestão da Universidade também poderá dar os próximos passos exigidos nas negociações tanto com a Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, quanto com o Ministério da Educação. Sobre possíveis locais para implantação do campus em Rio Preto, uma série de decisões já foram encaminhadas nesta semana. Na quinta-feira anterior ao ConsUni (12/12), uma comissão técnica da UFSCar esteve no Município visitando algumas possibilidades e, dessa visita e de nova conversa com a Prefeitura, ficou encaminhada como prioritária área pertencente ao Parque Tecnológico de São José do Rio Preto. O conselho do Parque se reuniu nesta terça-feira (17/12), e aprovou a doação da área. Para oficializar a cessão, um projeto de lei deve ser votado na Câmara Municipal ainda nesta semana.
Durante a reunião do Conselho, além da Reitora e demais dirigentes da UFSCar, muitos outros conselheiros e conselheiras se manifestaram sobre o processo, reconhecendo as dificuldades e os desafios envolvidos, mas mesmo diante deles defendendo a afirmação de um projeto político que acredita na ampliação da universidade pública, gratuita, de qualidade, diversa e socialmente referenciada. Ao encerrar a sessão do ConsUni, a Reitora comentou: "Comecei essa reunião dizendo que esse era um grande dia e não tenho dúvida de que demos um passo histórico para a UFSCar. Reforço o nosso compromisso de fazer o melhor trabalho possível, contando com a participação de todas e todos vocês e com a nossa comunidade".
Junto à expansão, foram definidas a partir da reunião do Conselho também as condições a serem garantidas para que ela aconteça, incluindo: a retomada do projeto de implantação do Campus Lagoa do Sino; a ampliação do quadro de servidores técnico-administrativos (TA) da UFSCar, em busca de uma relação TA/Docente próxima de 1; condições organizacionais - com destinação de Cargos de Direção (CDs) e Funções Gratificadas (FGs) - que garantam o funcionamento adequado da Instituição; e adequado financiamento de custeio de toda a Universidade.
Na apresentação inicial (link externo), a Reitora Ana Beatriz Oliveira relatou como a gestão, a partir do anúncio da possibilidade de um novo campus em São José do Rio Preto pelo Presidente da República, priorizou encaminhar as ações relativas à consolidação previstas no chamado Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e só depois iniciou o levantamento de informações e estudos preliminares que levaram, agora, à possibilidade de apresentação da proposta aprovada pelo ConsUni.
A dirigente aproveitou para atualizar o andamento do PAC na Universidade: das nove obras incluídas, um edifício já está em construção, três obras foram licitadas e as demais serão licitadas em 2025, dentro do planejamento pactuado com o MEC. Assim, a UFSCar receberá cerca de R$ 46,2 milhões para investir nos campi já existentes, aos quais se somam R$ 23,9 milhões para obras no Hospital Universitário. A Administração Superior tem atuado também em outras frentes para trazer verbas para a Instituição. Junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por exemplo, foram captados cerca de R$ 37,6 milhões até o momento, e um novo edital acaba de ser anunciado. Outros mecanismos elencados foram as emendas parlamentares e possibilidades de parcerias em áreas específicas com ministérios.
A Reitora também registrou que o Novo PAC diz respeito não apenas à infraestrutura, mas trouxe possibilidades de ampliação acadêmica, relacionadas a três novos cursos de graduação em Lagoa do Sino e um em Sorocaba, com espaço para novas propostas. O detalhamento desses tópicos pode ser conferido no documento originalmente enviado ao ConsUni como subsídio à reunião extraordinária (link externo), nos slides que apoiaram a apresentação inicial da Reitora (link externo) e, também, na gravação da reunião, disponível no YouTube UFSCar Oficial (link externo).
Ana Beatriz de Oliveira compartilhou com o Conselho um percurso que ela mesma trilhou, de grande preocupação com o tema da expansão, diante da necessidade de consolidar o que já está implantado, até a compreensão de como as decisões relativas à Educação Superior dizem respeito a um projeto de país democrático e com equidade. Retomando os processos anteriores de expansão da UFSCar - para Araras, ainda em 1991, e depois Sorocaba e Lagoa do Sino, além do Reuni -, a Reitora sintetizou em cinco os pontos a partir do qual fez a reflexão que transformou sua posição, agora apresentados para sustentar a nova proposta:
1. decisões anteriores da comunidade da UFSCar por ser uma universidade multicampi;
2. o reconhecimento da robustez e da excelência da UFSCar no seu processo de expansão;
3. a escassez da oferta de vagas públicas na Educação Superior brasileira;
4. o vazio educacional no estado de São Paulo e o predomínio de vagas de educação a distância;
5. e a oportunidade, no bojo da expansão com o novo campus, de resolver problemas crônicos na capacidade já instalada na Universidade.
"Eu fiquei me perguntando o que seria da UFSCar se ela não tivesse tomado todas essas decisões [de expansão para Araras, Sorocaba, Lagoa do Sino e no âmbito do Reuni]. Acho que seríamos uma instituição muito diminuta [?] e que não teria a grandeza que tem. Hoje a nossa universidade é muito reconhecida pela competência que teve ao conduzir todos esses processos de expansão", disse a dirigente. Recuperando dados do Censo da Educação Superior que mostram imensas desigualdades no acesso, com exclusão sobretudo da população de baixa renda, negra, residente em zonas rurais e em regiões mais pobres do País, a Reitora também afirmou qual é o compromisso que move a proposta para o novo campus. "Nós não pensamos em expansão para favorecer os já favorecidos, mas sim para ampliar o acesso à Educação Superior dessa população que segue à margem", situou. "É preciso que nosso debate não leve em conta somente nossas questões internas, mas também o cenário nacional. Nós temos uma responsabilidade, enquanto universidade pública, pela transformação desse cenário", concluiu.
Processo de implantação
Na reunião, a Reitora comentou sobre as condições em negociação com o Ministério da Educação (MEC), também detalhadas nos documentos apresentados ao ConsUni e disponíveis a todas as pessoas interessadas nos links já compartilhados. O modelo apresentado pelo MEC para os novos campi incluídos no PAC prevê 185 docentes e 203 TAs para a meta de instalação de seis cursos de graduação, com recursos financeiros de R$ 60 milhões para obras e R$ 10 milhões em equipamentos. A estes, a proposta apresentada pela UFSCar adiciona 65 vagas docentes e 120 TAs, considerando a expansão em Lagoa do Sino (três cursos) e Sorocaba (um curso) e o reforço à estrutura administrativa da universidade como um todo.
Agora, a partir da aprovação do ConsUni, o detalhamento dessas condições será feito sob liderança de grupo de trabalho a ser coordenado por Danilo Giroldo, atual Reitor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com mandato terminando em janeiro. Giroldo, que também participou da reunião do ConsUni, virá cedido pela FURG, com possibilidade de dedicação integral às atividades relacionadas ao novo campus, o que permitiu o estabelecimento de cronograma desafiador para buscar atender as expectativas do Governo Federal de início das atividades em 2026 e, ao mesmo tempo, garantir o processo dialógico e colaborativo de elaboração do plano a ser analisado pelo ConsUni em maio. Esse cronograma prevê a condução de grupos focais e audiências públicas, dentre outras estratégias, com detalhamento também disponíveis no documento publicado na página da Secretaria de Órgãos Colegiados (SOC).
Paralelamente, com a autorização, a gestão da Universidade também poderá dar os próximos passos exigidos nas negociações tanto com a Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto, quanto com o Ministério da Educação. Sobre possíveis locais para implantação do campus em Rio Preto, uma série de decisões já foram encaminhadas nesta semana. Na quinta-feira anterior ao ConsUni (12/12), uma comissão técnica da UFSCar esteve no Município visitando algumas possibilidades e, dessa visita e de nova conversa com a Prefeitura, ficou encaminhada como prioritária área pertencente ao Parque Tecnológico de São José do Rio Preto. O conselho do Parque se reuniu nesta terça-feira (17/12), e aprovou a doação da área. Para oficializar a cessão, um projeto de lei deve ser votado na Câmara Municipal ainda nesta semana.
Durante a reunião do Conselho, além da Reitora e demais dirigentes da UFSCar, muitos outros conselheiros e conselheiras se manifestaram sobre o processo, reconhecendo as dificuldades e os desafios envolvidos, mas mesmo diante deles defendendo a afirmação de um projeto político que acredita na ampliação da universidade pública, gratuita, de qualidade, diversa e socialmente referenciada. Ao encerrar a sessão do ConsUni, a Reitora comentou: "Comecei essa reunião dizendo que esse era um grande dia e não tenho dúvida de que demos um passo histórico para a UFSCar. Reforço o nosso compromisso de fazer o melhor trabalho possível, contando com a participação de todas e todos vocês e com a nossa comunidade".
17/12/2024
13:00:00
Mariana Pezzo
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Conselho Universitário autoriza início do processo de implantação do Campus São José do Rio Preto.
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